Nunca imaginei que seria vital ter sustentáculos. Sempre tão forte, decidida, propugnáculo... Esse posição de atlante, agora cobra o preço, e é muito alto.
Por anos suportei tudo calada, sorrindo e bem humorada, achava que fazia parte da vida. Todos os problemas, meus e dos outros que pediam ajuda, resolvendo de todos, esquecendo de mim.
Um dia, sem avisar, cheguei a crise aguda da fibromialgia, que por contar isso preciso falar que ainda não sair dessa fase. O ápice da crise, foi como puxar o freio de mão, brecou, cavalo de pau, cantando pneus e todos os desgastes do maquinário. O melhor de tudo, na revisão está tudo ok fisicamente. O pior, a mente agora é um kremlin, com atalaias, cassabé se fechou, e quaisquer sinal de carga, as sentinelas não descansam, emitindo alertas provocando diversas "paeudoenfermidades",
Não tem mais como suportar tudo sozinha, apesar de força e coragem, precisamos de rede de apoio, não apenas os profissionais de saúde, quando a família pelo menos acredita que a dor é real, que depressão existe e é uma dor e um vazio incomensurável, a ansiedade e as crise, inclusive a crise do pânico.
Felizmente não estamos sós, o mundo começou a reconhecer. No entanto, o Brasil andando na contramão. Tenho esperanças que outras mulheres não precisem de 19 anos para um diagnóstico correto, que além do reconhecimento que a doença existe, que tenham leis que protejam.
O pior é o "achaímo", seres que pensam entender de tudo , todavia, além de não saber julgam e condenam como preguiçosas, frescas, dengosas, que reclamam sem motivos...
É vital sermos ouvidas, compreendidas, que tenham empatia.
Enquanto isso, devemos tirar o peso, aceitar nossa fragilidade e não pegar todos os problemas como nosso.
Vamos comemorar cada vitória, conquista, evolução e por já termos um dia e um mês em campanha mundial da fibromialgia, há uma necessidade gigantesca que as pessoas saibam quão difícil é ser um(a) fibromiálgico (a).
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